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Dissimulada

Dentro do quarto. Dois olhos. Duas Mão. Muitas lembranças e uma carta. Maldita e cínica. Quem depois de tudo tem coragem de dizer tudo em tom de poesia? Ninguém merece algo desse tipo.
Independente disso os olhos pularam para carta, que por mais tudo isso fosse, era a ligação com tudo aquilo, era a única coisa que por uma maldição se podia querer. Os olhos leram.

Eu não sei ser uma boa companheira, mas isso não significa que eu não te ame.
Não sei amar fácil, só sei complicar.
O que ouvi foi do poeta, não do orixá,
Se dói tanto quanto é bom esse é o melhor amor do mundo.
Queria te dar todo amor do mundo, ou ao menos o que houvesse em mim,tenho coisas que não deverias ver, ter, sentir.
Sou tão má quanto apaixonada, ruindade inconsciente, coisa que deve ser guardada, seu amor de pandora não entende.
Fui trilhando em paralelo meu afago e meu sufoco, não é justo que eu te ponha nessa história como um louco.
Hoje sou clichê, sou memória, sou sozinha, só uso uma parte da minha linha.
Eu não aguento você longe, não consigo sem sua saudade, eu não tenho argumentos, só estou triste e queria você comigo, sua amizade, seu toque, nossa história. Eu sei de tudo, nem mereço, mas quero.
Tudo pode até passar passar, pode até se tornar normal pra mim ver-te de longe, eu posso ser feliz de outro jeito, mas não vai ser do nosso, desculpa se estraguei as coisas.
Eu posso ser seu pior inimigo.

Eles já tinham lido inúmeras vezes, eles já estavam marejados, eles só era a saída de todo um furacão que não sabia pra onde transbordar.

Tudo foi ficando embaçado, os sons e cores se perdendo e ela acordou.

Sentou na cama, olhou em volta, certificou-se de que não entregara a carta. Foi até sua mesa, amassou o papel, o jogou no cesto e voltou para a cama.
Não se entrega um poema a ninguém para se falar de dor.É realmente muito cínico.

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