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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Marfim

Um cigarro molhado contava como estavam as coisas, nada muito certo, só um monte de suposições, lembrava da tela cheia de notícias, na perna sentia as carícias da chuva e das gotas de sal. Já sucumbira a quase todos os vícios,  carne, tabaco, açúcar, mentiras, solidão. Pensou em pousar em hospícios, Na maré cheia de ingratidão. Juntou uns versos, umas tintas e umas dores, pensou em todos seus amores, criou uma coroa de flores para enfeitar o seu fim. Não ia mais viver aquilo, não tinha mais sentido isso, ia ser de outro jeito  já não cabia ser assim. Se jogou no verso e na prosa, cheirou aquela antiga rosa, dançou, pintou, ditou sedosa, na arte renasceu Marfim.