Um cigarro molhado contava como estavam as coisas, nada muito certo, só um monte de suposições, lembrava da tela cheia de notícias, na perna sentia as carícias da chuva e das gotas de sal. Já sucumbira a quase todos os vícios, carne, tabaco, açúcar, mentiras, solidão. Pensou em pousar em hospícios, Na maré cheia de ingratidão. Juntou uns versos, umas tintas e umas dores, pensou em todos seus amores, criou uma coroa de flores para enfeitar o seu fim. Não ia mais viver aquilo, não tinha mais sentido isso, ia ser de outro jeito já não cabia ser assim. Se jogou no verso e na prosa, cheirou aquela antiga rosa, dançou, pintou, ditou sedosa, na arte renasceu Marfim.