Uma história coberta de hipocrisia
Filha de nordestino praticando xenofobia
Não queria ser Salgueiro,
Não queria o nome de pobre dos meus pais,
Não queria um bairro negreiro, uma cabeça chata,
meus ancestrais
Eu não rinha raízes, não conhecia meu povo,
Daqui tiraram tudo,
toda a força,
a cara,
o ouro.
Nunca pintei a cara, nunca pulei no rio, nunca bati tambor.
Nem nativa,
nem preta,
um projeto de colonizador.
Eu tinha medo da violência,
eu assistia Datena,
Eu acreditava em tudo que vinha daquela antena
Sinto por muitos de nós que ficaram pelo caminho,
mas sinto que o movimento pode ser ser um ninho
Que te dá proteção e te mostra
que o voo pode ser alto
que você é capaz de voar,
que é sua a praça, a escola, o asfalto
na intensão de me por numa gaiola
me rouba os sonhos,
auto-estima,
me viola
Eu pego essa viola e declamo meu cordel
Bato tambor, sambo na roda e faço da quebrada meu céu.
Filha de nordestino praticando xenofobia
Não queria ser Salgueiro,
Não queria o nome de pobre dos meus pais,
Não queria um bairro negreiro, uma cabeça chata,
meus ancestrais
Eu não rinha raízes, não conhecia meu povo,
Daqui tiraram tudo,
toda a força,
a cara,
o ouro.
Nunca pintei a cara, nunca pulei no rio, nunca bati tambor.
Nem nativa,
nem preta,
um projeto de colonizador.
Eu tinha medo da violência,
eu assistia Datena,
Eu acreditava em tudo que vinha daquela antena
Sinto por muitos de nós que ficaram pelo caminho,
mas sinto que o movimento pode ser ser um ninho
Que te dá proteção e te mostra
que o voo pode ser alto
que você é capaz de voar,
que é sua a praça, a escola, o asfalto
na intensão de me por numa gaiola
me rouba os sonhos,
auto-estima,
me viola
Eu pego essa viola e declamo meu cordel
Bato tambor, sambo na roda e faço da quebrada meu céu.
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