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Mostrando postagens de outubro, 2015

No ar

Caem as folhas, caem as pétalas, caem as certezas e lágrimas. Neblina de tarde de inverno, bruma quieta, sina modesta, imenso caos interno. Na linha torta onde se escreve o caminho, na planta morta que vejo no vasinho, Na cantora que nem me conhece e me dita. Em tudo eu. Em tudo só. Em tudo uma possibilidade E sempre a estranha sensação de quase flutuar.

Céu

Uma história coberta de hipocrisia Filha de nordestino praticando xenofobia Não queria ser Salgueiro, Não queria o nome de pobre dos meus pais, Não queria um bairro negreiro, uma cabeça chata, meus ancestrais Eu não rinha raízes, não conhecia meu povo, Daqui tiraram tudo, toda a força, a cara, o ouro. Nunca pintei a cara, nunca pulei no rio, nunca bati tambor. Nem nativa, nem preta, um projeto de colonizador. Eu tinha medo da violência,  eu assistia Datena, Eu acreditava em tudo que vinha daquela antena Sinto por muitos de nós que ficaram pelo caminho, mas sinto que o movimento pode ser ser um ninho Que te dá proteção e te mostra que o voo pode ser alto que você é capaz de voar, que é sua a praça, a escola, o asfalto na intensão de me por numa gaiola me rouba os sonhos, auto-estima, me viola Eu pego essa viola e declamo meu cordel Bato tambor, sambo na roda e faço da quebrada meu céu.