Eu não amei minha filha assim que a vi. Tinha acabado de passar por horas de trabalho de parto e sabia que aquilo não era nem o começo. Eu estava aliviada, eu estava com medo, eu estava curiosa, mas não sentia amor. E por que haveria de amar? Eu quando vejo uma planta na rua não amo. Admiro a beleza, celebro a vida, mas não amo. O amor se constrói, se revela nas coisas vividas. Assim como quem passa a amar seu jardim conforme as flores brotam, eu descubro todo dia uma cor nova nessa aventura que é viver ao lado da Serena. Eu amo muito ela hoje, amo muito mais que ontem, certamente amarei muito mais amanhã. Ela mudou minha vida e me deu uma porção de coisas valiosas, eu sinto saudade, eu acho graça, me surpreendo, tenho coragem e fé. Tudo isso que não veio no primeiro olhar, que vem se construindo no tempo da nossa relação honesta e profundamente. Não seria razoável me culpar por isso.
Caramba, que... catártico! Não faço ideia do que deve expressar, mas fico até meio atordoado ao observar. Quando crescer quero saber desenhar que nem você, Morena =D
ResponderExcluirCurioso. As flores que nascem do seu eu desenhado no papel me parecem representar exatamente a mesma coisa que o próprio ato de desenhar.
ResponderExcluirDesse modo, seria uma espécie de metalinguagem e se no ato de desenhar, você desenhou a si mesma, o que seria a flor, se não uma segunda representação da própria Bruna?
Lindo.